Dicas de livro – Jornalismo Literário

Publicado: junho 5, 2011 em Jornalismo Literário, Livros
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  • A Sangue Frio Truman Capote

A Sangue Frio é o livro considerado como precursor do jornalismo literário. Foi a partir de sua publicação, em 1966, que o jornalismo aliado à literatura foi denominado de New Jornalism – o Novo Jornalismo.

O livro, considerado um “romance de não ficção” foi publicado inicalmente em quatro capítulos, em 1965, na revista The New Yorker, e conta o assassinato de uma família na cidade de Holcomb, interior do Estado do Kansar, Estados Unidos. Capote descreve desde a idéia inicial do crime até a execução dos assassinos. Em 1966, os fascículos publicados na The New Yorker foram transformados no livro-reportagem que é referencia, até hoje, no pionerismo do jornalismo literário.

O jornalista Tom Wolfe (2005), considerado um dos fundadores do Novo Jornalismo, analisa no livro “Radical Chic e o Novo Jornalismo” (2005) que a publicação de “A Sangue Frio” foi um

 baque terrível para todos que esperavam que o maldito Novo Jornalismo ou Parajornalismo se esgotasse como uma moda. Afinal, ali estava não um jornalista obscuro, nem algum escritor freelance, mas um romancista de longa data… cuja carreira estava meio parada… e, de repente, com aquela virada para a maldita forma de jornalismo, não só ressuscitava sua reputação, mas a elevava mais alto que nunca antes… e, em troca, tornava-se uma celebridade da mais inacreditável magnitude.  Pessoas de todo tipo leram A sangue frio, pessoas de todos os níveis de gosto (…). O próprio Capote não chamava seu livro de jornalismo; longe disso; dizia que tinha inventado um novo gênero literário “o romance de não ficção”. (WOLFE, 2005, p.45-46)

  • Hiroshima – John Hersey


O livro Hiroshima de John Hersey é considerado por muitos a “maior reportagem do século XX”. Um ano após a explosão da bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshimam, em 1945, Hersey faz um retrato de seis sobreviventes da explosão. Quarenta anos mais tarde, o repórter reencontra seus entrevistados para escrever o último capítulo das pessoas atingidas pela bomba.


  • Radical Chique e Novo Jornalismo – Tom Wolf


Radical Chique e o Novo Jornalismo
 é uma compilação de artigos e reportagens publicadas por  Tom Wolfe nas décadas de 60 e 70. Assim como Truman Capote, Tom Wolf também é um dos precursores do jornalismo literários.
Na primeira parte, Wolfe narra as origens e o impacto da chegada de sua geração às redações americanas, que passou a empregar técnicas de ficção para fazer reportagens mais completas, intensas e envolventes. Em seguida, três textos clássicos desse novo gênero, rigoroso como o melhor jornalismo e saboroso como a melhor literatura: “O último herói americano”, sobre corridas de stock-car; “A Garota do Ano”, um perfil da socialite “descolada” Baby Jane Holzer, símbolo de um tempo em que já não era o poder que criava o estilo, mas o contrário; e “Radical Chique”, que o narra o famoso encontro entre a elite endinheirada de Nova York e os ativistas negros Black Panthers.
  • Repórteres 


“Repórteres, meu senhor, são pessoas que perguntam.”  – É com essa frase que Audálio Dantas começa a apresentação de Repórteres livro que reúne a experiência e história inuxitadas dos principais jornalistas brasileiros que trabalham com a estética do Jornalismo Literário. Entre eles, Caco Barcelos, José Hamilton Ribeiro, Joel Silveira, Carlos Wagner, Ricardo Kotscho e, representando a Amazônia, Lúcio Flávio Pinto.
  • Jornalismo Literário – Felipe Pena


Livro fundamental para estudantes de Comunicação e interessados em saber o que é Novo Jornalismo. Felipe Pena explica em uma linguagem simples o que é uma reportagem e o jornalismo literário. Ressalta a contextualização, apuração detalhada, romper as barreiras do lead e da pirâmide invertida como características desse gênero. Pena ainda destaca alguns subgêneros em que se pode exercer o jornalismo literário, como crítica literária, biografia, romance-reportagem, e discute o limite entre ficção e realidade.
comentários
  1. Gabriel Abreu disse:

    Acho muito importante a troca de dicas bibliográficas entre os alunos de comunicação, principalmente pra quem está realizando seu TCC!

  2. Adriano Padilha disse:

    Parabéns pelo blog, meninas!

    Espero que vocês continuem com este projeto.
    E eu espero também ganhar de presente de aniversário atrasado esse livro do Felipe Pena. HAHA!
    Ou o do John Hersey. rs

    Bjs

  3. Fabrício Nunes disse:

    Excelentes dicas de leituras para acadêmicos do curso de comunicação. Além de livros, uma outra outra forma ótima de leitura é ocinema e gostaria de indicar os filmes “Todos os Homens do Presidente”, – uma verdadeira aula de jornalismo – de Alan Pakula, “Profissão: Repórter”, de Michelangelo Antonion e “A Montanha dos Sete Abutres”, de Billy Wilder, outro longa que todos que pretendem ser jornalistas devem assistir. Parabéns pelo excelente blog!!!

    • Fabrício, realmente “Todos os Homens do Presidente” é uma aula e jornalismo e do objetivo central da profissão: informar a sociedade sem esquecer de checar, checar e checar.
      Hoje postamos a primeira parte de uma lista de filmes que achamos interessante. Na próxima com certeza iremos incluir esses que você citou… Obrigada pelas indicações e volte sempre! Lorena

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