Por que Jornalismo Literário? – Uma breve introdução

Publicado: junho 3, 2011 em Jornalismo Literário
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Entre as várias opções de temas, escolhemos o jornalismo literário pois consideramos que esse gênero é bastante desvalorizado na pauta dos meios de cmunicação de massa.

Diante da tendência sensacionalista dos meios de comunicação que desvaloriza a apuração detalhada e a reportagem e do público que se contenta com a produção jornalística superficial, consideramos o jornalismo literário como uma forma de fugir do efêmero, já que este tipo de jornalismo trabalha com investigação, a apuração mais profunda e a pesquisa. Diferente da notícia, que expõe um fato ou uma sequência de fatos, o objetivo da reportagem é a permanência. Assim, trabalhar com a análise de reportagens é valorizar o jornalismo literário, que praticamente foi extinto da imprensa diária.

 E, se, for considerada a produção e o incentivo ao jornalismo literário na Amazônia, aí que deparamos com o descaso tanto na produção local, quanto no modo que a região é retratada. A região geralmente é pautada negativamente pela mídia nacional, que só se interessa por temas como conflitos agrários, desmatamento e biopirataria. Só grandes escândalos chamam a atenção da mídia nacional para a região.

O jornalismo literário surgiu em 1920, nos Estados Unidos, porém, só conseguiu notoriedade na década de 1960, quando foi denominado de New Jornalism, o Novo Jornalismo. Foi a publicação do livro “A Sangue Frio”, de Truman Capote que impulsionou a criação desse novo gênero jornalístico. O livro, considerado um “romance de não ficção” publicado em quatro capítulos, em 1965, na revista The New Yorker, conta o assassinato de uma família na cidade de Holcomb, interior do Estado do Kansar, Estados Unidos. Capote descreve desde a idéia inicial do crime até a execução dos assassinos. Em 1966, os fascículos publicados na The New Yorker foram transformados no livro-reportagem que é referencia, até hoje, no pionerismo do jornalismo literário.

Contudo, as reportagens feitas por Euclides da Cunha para o “Estadão” sobre a Guerra de Canudos (1893 a1897), que culminaram no livro “Os Sertões”, são consideradas precursoras do jornalismo literário no Brasil.

O texto jornalístico é por natureza coletivo e social, e possui características e modos de construção bem definidos. O objetivo do texto jornalístico, antes de tudo, é ser informativo, e é essa função de informar, ou seja, tornar acessíveis informações de dentro da sociedade que o difere dos textos literários, acadêmicos, publicitários e etc. E o jornalismo lierário não ignora essas características do jornalismo clássico. 

Assim, sabendo da função e a característica principal do jornalismo de garantir veracidade do fato narrado e não admitir a transgressão da fronteira entre a realidade e a ficção, nos voltamos para o jornalismo literário, que considera que a estrutura textual pode se ancorar ao estilo da literatura com o objetivo de humanizar o texto e permitir a leitura mais agradável.

 

comentários
  1. Lali Mariáh disse:

    Surpresa boa encontrar esse blog! Acredito que o cenário local ganhará muito com isso. Parabéns!

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